sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A práxi do Jornalismo Cidadão no Brasil

O Jornalismo Cidadão é um segmento no qual o conteúdo noticioso é produzido por cidadãos sem formação jornalística, com a colaboração de jornalistas profissionais. Neste sentido, a imprensa atua como mediadora e interventora na sociedade. A cidadania está pautada na luta contra a exclusão social e a informação é um dos principais fatores que conduzem à cidadania.

Em plena era da globalização econômica, em que as relações entre Estado, Sociedade e Nação estão cada vez mais abaladas, surgem questionamentos importantes que vão refletir diretamente no processo de produção da informação pública. O Estado tem garantido os direitos civis aos cidadãos? Como imprensa pode combater essas desigualdades? Será que temos respaldo necessário para esse fim?

Para praticar Jornalismo Cidadão é necessário antes de tudo conhecer os direitos de quem pretendemos ‘defender’. Jornalismo não é sinônimo de sensacionalismo. É comum em nossos dias a veiculação na TV, principalmente, de programas ditos ‘jornalísticos’ que se preocupam muito mais em manter a audiência do que em informar com responsabilidade e senso crítico. A escolha de fatos é muitas vezes feita visando ao divertimento e não à solução para o problema apresentado.

O Jornalismo Cidadão deve estar voltado para a construção da cidadania, engajado permanentemente com grandes causas sociais. O fato não é apenas noticiado, mas busca-se solução para esses problemas.

Ser cidadão é estar incluído na comunidade e o Jornalismo possui uma participação efetiva nesse sentido. O Jornalismo Cidadão é uma das vias que poderá conduzir o homem comum a conhecer e lutar por seus direitos, conforme acentua a professora Alzira Alves de Abreu, em seu texto “Jornalismo Cidadão”, disponível na Internet. Na luta pela garantia dos direitos básicos da população, a mídia deve assumir uma posição mediadora entre o nosso sistema judiciário (atrasado e deficiente) e o próprio cidadão. A dificuldade no acesso a justiça pelas classes menos favorecidas, a aplicação diferenciada da lei de acordo com o status social de cada indivíduo precisam ser revistos por quem tem poder de denunciar e cobrar diretamente as soluções necessárias.

No Brasil, o Jornalismo Cidadão ainda é trabalhado de forma tímida, estando presente no rodapé de matérias ou em seções de serviços. Referências bibliográficas também são escassas, uma vez que o gênero é pouco conhecido e trabalhado. A rede mundial de computadores dispõe de vários textos, mas os americanos são campeões em produções voltadas para este tipo de jornalismo.

Todavia, podemos destacar como veículos que propagam o Jornalismo Cidadão o
‘Jornal de Debates’ (www.jornaldedebates.com.br), onde o internauta pode publicar artigos, charges, comentários e etc. Também possui fórum de debates. Outro exemplo é o ‘Portal de Jornalismo Participativo’ (www.digga.com.br), um sistema de notícias e artigos colaborativo, onde os conteúdos são enviados pelo próprio usuário. Além destes, existe o ‘Central de Jornalismo Participativo’, do Portal Terra (noticias.terra.com.br/vcreporter), em que fotos, vídeos e notícias podem ser enviados pelo celular.

O Jornalismo voltado para a cidadania não deve ser confundido com trabalho assistencialista, pois é,na verdade,um conteúdo exclusivo para orientação. A sociedade brasileira é mal informada sobre os seus direitos e cabe à imprensa orientá-los a como tomar providências para os seus problemas coletivos, afinal, informar/comunicar é a base da boa Comunicação.

Fernandino Neto

Antonio Marcolino

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