
O primeiro ponto que devemos considerar é o jogo político que se desenrolou por trás da decisão de extinguir a obrigatoriedade do diploma no exercício da profissão de jornalista. A juíza Carla Rister (que suspendeu a obrigatoriedade do diploma), estava exercendo um cargo interino e se aproveitou do momento para sair do anonimato diretamente para o centro de uma grande polêmica na imprensa nacional.
Do lado de quem defende o diploma, o primeiro ponto abordado é que jornalismo denota um trabalho complexo e para tal, as técnicas aprendidas na academia são indispensáveis.
Em segundo lugar está a confusão que tem sido feito entre liberdade de expressão e liberdade de informação. Nossa constituição garante a todos o direito de expressar suas opiniões livremente, e os meios modernos de comunicação como a internet, telefone móveis, e etc., são canais que possibilitam a massificação de informações, não só permitindo que as pessoas possam receber informações facilmente, como também que estejam envolvidas nos processos de produção e distribuição em suas comunidades, e através da rede até disseminá-las por culturas diferentes.
Mas um bom nível de jornalismo que imprime maior credibilidade pressupõe técnicas e noções de ética que são estudados exaustivamente durante os quatro anos de curso, e não deveriam ser subestimados. Afinal, esse modelo tem sido usado e dado certo há mais de 50 anos, então, porque deveria mudar justo agora?
A implantação de um novo modelo traz um incontável número de desvantagens para os profissionais, bem como para a sociedade, que irá perder o padrão de qualidade que vinha sendo exigido. Mesmo que o diploma não seja garantia de formação de um bom profissional com ética e responsabilidade social, pelo menos já é meio caminho andado. O fato de deixar a critério do mercado a seleção dos seus empregados, só contribui para aumentar a incidência de práticas anti-éticas e desvaloriza a profissão ao jogar por água a baixo a legislação que regulamentava nosso trabalho.
Meyves Rodrigues
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